Histórias e lendas da Coxinha
- Viviani Leite
- 15 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Tem alguém aí que não conhece a coxinha? Aquela iguaria feita com massa de batata e trigo, recheado com frango desfiado e depois de frito e fica com aquela crocância deliciosa? Pois bem, a coxinha tem identidade brasileira, é feita e consumida em todos os cantos do país. Nos botecos mais escondidos dos nossos grotões, é ela a rainha das estufas: a COXINHA!
Moro em Monteiro Lobato, e procuro diariamente conhecer cozinheiras da região pra aprender com elas. Tenho encontrado preciosidades em se tratando de receitas, ingredientes e principalmente cozinheiras. Lindas e com um repertório de dar água na boca literalmente! No bairro do Souzas aqui perto, tem um bar e neste bar tem uma coxinha deliciosa! Feito pela Sônia, também moradora do bairro vendido pela Ana dona do boteco. A coxinha é enorme (de tão grande recebeu no bairro, o apelido de “pernil”), feita com massa de batata e o frango deliciosamente temperado. A Ana procura fritar a coxinha na hora em que é feito o pedido, e isso, torna o salgado ainda mais delicioso e muito crocante. Quem vier por essas bandas tá convidado a comer a iguaria e a Ana com sua simpatia terá grande prazer em recebê-los!

A coxinha é um salgado de origem brasileira e pesquisando sobre, vi que existem muitas versões alegando a maternidade do salgado, muitas lendas em torno de seu nascimento e algumas histórias bastante engraçadas. Eis algumas histórias sobre a origem da coxinha:
· Ela pode ser uma derivação dos croquetes franceses que são preparados com aves ou peixes. Por aqui a massa foi separada do recheio e ganhou novo formato.
Segundo o livro "Histórias e Receitas" de Nadir Cavazin, o filho da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, adorava a coxa de frango e se negava a comer outra coisa. Um dia a cozinheira por não ter coxa de frango suficiente, utilizou o peito de frango e fez uma massa para poder agregá-lo. Conta que o menino aprovou a guloseima. Quando a Imperatriz Tereza Cristina em uma visita a casa da Princesa Isabel provou a iguaria, pediu ao seu cozinheiro que aprendesse a receita. A coxinha ganhou a nobreza. Embora esta história seja muito boa, talvez ela não passe de história, pois não há registros históricos que possam comprovar isso.
· Uma outra, conta que na região amazônica um grupo de seringueiros foi atacado por índios e fugiram deixando várias galinhas. Os índios então cozinharam as aves e com uma massa de farinha envolveram o cozido. De todas as histórias que eu vi, esta me parece ser a mais inverossímil, pois a farinha de trigo não era comum na região e os índios não costumavam produzir esse tipo de alimento.
· Sua origem mais certa e defendida por historiadores, é que a coxinha foi criada durante o período de industrialização de São Paulo, como uma alternativa mais duradoura do que a coxas de frango vendidas diariamente nas portas das fábricas.
Atualmente as coxinhas têm ganhado outros recheios e é cada vez mais difícil encontrar nas padarias uma massa que contenha batata – as mais comuns hoje em dia levam somente trigo e caldo de galinha na massa, embora na internet existam uma centenas de receitas substituindo a batata por mandioca, batata-doce, mandioquinha salsa e até mesmo requeijão! Os recheios encontrados atualmente variam de carne seca à “carne de jaca” (que é um preparado com a polpa da fruta e fica realmente parecido com o frango desfiado) também muito saboroso e pode saciar a vontade dos veganos e vegetarianos de comer esta emblemática receita da cozinha brasileira.

Vai dizer que não ficou com vontade de comer uma coxinha lendo esse texto? Corre pra padaria e que você vai encontrar uma, ou se aventure na cozinha e faça a sua própria coxinha, na internet tem centenas de receitas pra você testar e aprender!
Bom apetite!
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